A Aave (AAVE) não ficou de fora da alta do mercado de criptomoedas. Nos últimos sete dias, o token das finanças descentralizadas (DeFi) teve um aumento de 16%. Diversos fatores estão impactando esse aumento, como o interesse no DeFi e a alta do bitcoin (BTC). No entanto, outro ponto importante pode trazer ainda mais otimismo para a Aave.
A plataforma de empréstimos descentralizados anunciou no ano passado que lançaria sua stablecoin GHO no primeiro trimestre de 2023. A expectativa é grande, pois os ativos estáveis estão cada vez mais populares no mercado cripto.
Em 2022, as stablecoins mostraram seu melhor lado como um ativo de refúgio para a queda do BTC e demais criptomoedas, mas também expuseram seu poder de destruição de mercado quando não conseguiram manter seu valor lastreado ao ativo que se propuseram.
Mesmo tendo uma pequena volatilidade, USDT e USDC conseguiram ajudar investidores a manterem seus valores em um mercado de baixa. Por outro lado, USTC e USDN representaram o que há de pior nesse setor, fazendo com que pessoas perdessem muito ou até todo o seu dinheiro depositado nesses ativos.
No entanto, os investidores de criptomoedas parecem estar mais otimistas com as stablecoins do que pessimistas. Um grande exemplo disso é a empolgação em torno da Cardano (ADA) que deve receber stablecoins não sintéticas em sua rede nos próximos dias, e esse pensamento positivo pode estar se estendendo para a Aave também.
Conhecendo a stablecoin da Aave
GHO será uma stablecoin sobrecolateralizada. Esse tipo de ativo estável possui uma garantia adicional além do valor da stablecoin emitida. Isso significa que os usuários precisam depositar uma quantia de ativos superior para garantir a paridade da stablecoin, em vez de apenas depositar o valor equivalente que desejam obter.
Embora a GHO possa ter garantia com diversos ativos escolhidos pelos usuários da Aave, a paridade da stablecoin será com o dólar americano. A intenção é que o GHO seja descentralizado, o que significa que será pertencente e governado pela comunidade Aave, em vez de ser controlado por uma única entidade centralizada.
Stabelocoins são ativos ricos em liquidez e o GHO pode ajudar a aumentar esse fator na plataforma DeFi. Como a Aave oferece empréstimos descentralizados, a GHO só será criada quando um usuário oferecer garantia em uma proporção específica. Ao pagar o empréstimo feito, o protocolo GHO queima a stablecoin devolvida.
Para que a tesouraria da Aave possa se manter e o projeto tenha fundos que ajudem em suas melhorias e divulgação, os juros gerados pelo ativo emprestado vão para a tesouraria da organização autônoma descentralizada (DAO) da Aave.
O GHO propõe o uso de facilitadores que podem gerar e queimar tokens com base em mecanismos ainda serão divulgados pela Aave. O facilitador pode ser um protocolo ou uma entidade, e é aprovado pela DAO.
A stablecoin já foi submetida a uma auditoria pela empresa líder em segurança Open Zeppelin, e não foi encontrado nenhum problema crítico ou de alta gravidade na base de código.
O que esperar para a altcoin?
A expectativa em torno do lançamento é grande, principalmente entre as baleias da Aave. Afinal, elas aumentaram suas participações nas últimas quatro semanas, acumulando 60% da oferta total de AAVE. Como resultado, suas posições cresceram 12% em antecipação ao evento.
No momento da escrita do artigo, a Aave tem o terceiro maior valor total bloqueado (TVL) do DeFi. A chegada de uma stablecoin em seu ecossistema pode ajudar sua posição de mercado a aumentar e dar-lhe uma vantagem ainda maior sobre sua concorrente, a Compound (COMP).
Um ativo estável bem estruturado pode até fazer com que a AAVE ultrapasse a capitalização de tokens das finanças descentralizadas, mas um fracasso em manter a estabilidade do ativo pode marcar o declínio da plataforma de empréstimos e ainda levar uma boa parte da capitalização do mercado de criptomoedas para fora e nos fazer lembrar um pouco do terror de 2022.
