O bitcoin (BTC) passou por uma forte correção nos últimos sete dias, resultando em uma queda abaixo da marca de US$58.000. Nesse cenário, será que a situação geral da criptomoeda número um pode piorar?
Em primeiro lugar, é importante dizer que o BTC experimentou seu primeiro mês negativo em oito meses e teve o pior desempenho desde novembro de 2022. A tendência de baixa se intensificou nesta semana, com a criptomoeda rompendo o suporte dos US$60.000 pela primeira vez desde fevereiro. Essa queda é atribuída à inflação persistente e à incerteza em torno da política de taxas de juros do Federal Reserve, que continua pressionando os mercados.
Mas o que dizem os principais analistas?
Ari Wald, da Oppenheimer, acredita que a marca de US$60.000 era um nível importante de suporte para o bitcoin, representando a convergência aproximada da mínima de março e da média móvel de 100 dias.
Enquanto isso, David Keller, estrategista-chefe de mercado da StockCharts, observou que este nível também representa um retraimento de 38,2% da fase de alta de janeiro a março, período em que o BTC valorizou mais de 66%.
Embora a tendência de alta de longo prazo permaneça intacta, a queda do suporte na quarta-feira confirma uma máxima de curto prazo, sugerindo que o bitcoin pode cair ainda mais e potencialmente ficar abaixo de US$50.000.
Wald afirmou à CNBC:
“Vemos risco de contagem de tendência até o suporte de US$49.000, que marca tanto o rompimento de fevereiro quanto o pico de março de 2022 e a média móvel de 200 dias”.
Geoff Kendrick, chefe de pesquisa de ativos digitais do Standard Chartered, afirmou que a “quebra adequada” do BTC abaixo de US$60.000 “reabre o caminho para a faixa de US$50.000 a US$52.000”.
Rob Ginsburg, da Wolfe Research, sugeriu que o bitcoin a US$60.000 parece “vulnerável” e US$50.000 pode estar em jogo. A criptomoeda tem sido negociada em uma faixa entre US$60.000 e US$74.000 desde meados de março, quando atingiu novos recordes, e falhou em romper esse limite várias vezes.
Por fim, temos a previsão do analista Benjamin Cowen que apontou que se o preço da criptomoeda líder ultrapassar para baixo a média móvel simples de 100 dias (SMA), poderemos ver uma pressão vendedora ainda maior.
“No curto prazo, a marca a ser observada no bitcoin é sua média móvel de 100 dias, pois é exatamente onde estamos agora. O ativo recentemente atingiu a mínima de US$60.000, e essa média serviu como suporte em algumas ocasiões anteriores. Se os touros quiserem se manter no jogo, imagino que tentarão segurar o preço nesse ponto”, analisa Cowen.
Caso o suporte da média móvel de 100 dias seja rompido, o próximo nível a ser observado, de acordo com o analista, é a faixa de suporte do mercado altista, localizada entre US$55.500 e US$56.200. Uma queda para essa região representaria uma baixa mais significativa.